O Governo vai apresentar a Estratégia Nacional Digital ainda este ano e no qual a inclusão terá um papel central, afirmou esta quarta-feira, Margarida Balseiro Lopes, ministra da Juventude e da Modernização, num discurso em que salientou os direitos digitais das crianças, dos idosos e das mulheres. “Não vamos deixar ninguém para trás”, sublinhou a ministra, na Web Summit 2024, que decorre até 14 de novembro em Lisboa.
Balseiro Lopes começou o discurso a referir que a transição digital não é algo que possa ser evitado, “pois já está a acontecer e afeta-nos a todos”
“Mas a questão crucial mantém-se: Será que estamos a fazer tudo estamos a fazer tudo o que podemos para garantir que as pessoas estão no centro desta transição?”, questionou, antes de dizer que : “A resposta honesta, receio, é não.”
A ministra identificou três áreas em que a sociedade, incluindo o Governo português, tem de atuar: “a utilização responsável da tecnologia pelas crianças, inclusão digital, a inclusão digital das gerações mais velhas e as disparidades de género nos domínios STEM [ciência, tecnologia, engenharia e matemática]”.
Em relação essa última vertente, referiu no passado, “as mulheres não tinham as ferramentas necessárias para escrever o seu próprio futuro, especialmente em domínios como a ciência e a tecnologia”, recordando que, na Europa e em Portugal, apenas uma em cada cinco especialistas em TIC são mulheres.
“Atualmente, mulheres representam metade da população da UE, mas nem sequer conseguimos 20% dos atuais especialistas em TIC”, frisou.
Balseiro Lopes aproveitou a conferência de tecnologia para fazer um anúncio. “É por isso que temos o orgulho de anunciar que, no início de 2025 apresentaremos o primeiro Programa Nacional Girls in STEM em Portugal”.
Explicou que não é uma iniciativa isolada, mas sim uma prioridade nacional, “um um compromisso para garantir que o futuro da ciência, tecnologia, engenharia e matemática seja tecnologia, engenharia e matemática seja mais inclusivo do que do que nunca”.
“Para o conseguir, temos de atuar o mais cedo possível para mostrar às jovens raparigas que podem ser tudo o que quiserem e que os domínios STEM estão abertos para elas e que desde o início da educação, queremos que elas sintam que as suas capacidades, curiosidade e ambição são verdadeiramente valorizadas” salientou.
Para a ministra, este programa não é apenas uma resposta a uma injustiça é um passo ousado na direção certa. “Estamos a tentar mudar a face das STEM”.
Adiantou que “ao equipar as raparigas com os conhecimentos, as competências e oportunidades de que necessitam, estamos a investir num futuro onde todos têm a oportunidade de liderar e ter sucesso nos campos que definirão o futuro”.
Sobre o uso da tecnologia pelos mais jovens, a Balseiro Lopes opinou que “não é justo deixar as crianças explorarem este mundo sozinhas“. “Devemos capacitá-las com conhecimentos e competências para identificarem os riscos e protegerem-se”, adiantou.
Para os mais idosos, a tecnologia não é uma ferramenta, pode ser uma barreira, sublinhou. “Não se trata apenas de uma questão técnica, trata-se de uma questão humana”.
“E é uma questão que temos de resolver agora, com empatia e com o entendimento de que toda a gente merece os mesmos direitos e oportunidades”, concluiu.
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