Uma profissional de recursos humanos requalificada em IA traz perspetivas únicas sobre automatização de processos. Uma gestora com formação em análise de dados identifica oportunidades que um programador tradicional não vê.
Portugal tem um problema que pode custar milhões às empresas: apenas 17% dos profissionais de tecnologia são mulheres. Enquanto corremos para implementar inteligência artificial e automação, estamos a desperdiçar metade do talento disponível.
A ironia é gritante. Somos o país europeu com mais mulheres licenciadas – 61% dos diplomados do ensino superior. Mas na tecnologia, a representação feminina estagnou nos 17%. Pior ainda: apenas 8% dos diretores tecnológicos são mulheres.
Esta não é apenas uma questão de equidade. É má gestão empresarial. A McKinsey demonstrou que empresas com equipas diversas superam a concorrência em 25%. No terreno, vejo isto diariamente: as mulheres que passam pelo nosso programa Girls Can Code implementam soluções que geram retorno positivo em 78% dos casos nos primeiros seis meses.
O problema não é falta de capacidade. Estudos neurocientíficos são claros: não há diferenças de género na aptidão para matemática ou programação. O problema é cultural. Continuamos a perpetuar o mito de que tecnologia é “coisa de homens”.
