Em 2022, sob a responsabilidade do INCoDe.2030, foi introduzida a Coligação Digital – Competências e Empregos Digitais para a Coligação Portuguesa para a Empregabilidade Digital – partindo do pressuposto de que a digitalização em curso da economia e da sociedade exige a colaboração entre entidades públicas e privadas, não deixando ninguém para trás.
Tirar o máximo partido da transição digital
Na Europa, apenas 57 % da população possui as competências digitais básicas necessárias para o mundo digital em que vivemos. Um em cada seis europeus não possui competências totalmente digitais. Ao mesmo tempo, existem mais de 400 000 vagas para especialistas em TIC na UE e mais de um terço das empresas refere a falta de competências digitais. Em Portugal, apenas 29% dos portugueses têm competências digitais acima do básico.
A Plataforma de Competências e Emprego Digital em Portugal foi criada sabendo que hoje, mais do que nunca, existe uma oportunidade disponível para tirar partido da transição digital e da sua natureza em rápida evolução, e colher todos os benefícios que o mercado único digital na Europa pode proporcionar. Só assim conseguiremos uma competitividade europeia comum e uma sociedade digital verdadeiramente inclusiva.
“Portugal é um país talentoso, mas temos de encontrar formas de o aproveitar melhor. Iniciámos este percurso com objetivos muito claros: garantir o acesso às tecnologias digitais a toda a população, promovendo competências digitais básicas; para aqueles que já possuem essas habilidades, para atualizá-las através de upskilling; modernizar, sempre que possível, os sistemas de educação e de reconversão profissional para os empregos nas TIC, através da reconversão de especialistas qualificados, a fim de preencher o número crescente de vagas em todos os sectores da economia;
Trabalhar para as competências digitais: uma análise do sucesso de Portugal
Sabíamos desde o início que se tratava de metas ambiciosas que exigem o esforço e o trabalho de muitos. De facto, muitos se juntaram para responder a este grande desafio de promover competências digitais em Portugal e fomentar uma maior empregabilidade neste setor.
Hoje, a Plataforma de Competências e Emprego Digital em Portugal pode apresentar resultados significativos: com 58 entidades, 127 ações de formação publicadas, 44 iniciativas e 46 eventos realizados.
“Iniciativas como a Rampa Digital, onde fornecemos diagnósticos gratuitos para micro e pequenas empresas entenderem quais tecnologias e ferramentas melhor ajudam a melhorar seu trabalho, nos enchem de orgulho. EUSOUDIGITAL, por outro lado, traz jovens para ensinar adultos e idosos a enviar e-mails ou criar uma conta de mídia social E UPSKILL – Digital Skills and Jobs, outro excelente exemplo, visa converter, até 2023, 3.000 trabalhadores ativos e desempregados em profissionais de TIC.
E porque Portugal, tal como a Europa, continua a apresentar desigualdades de género significativas em termos de competências e acesso ao digital, e de participação em profissões em áreas tecnológicas, orgulhamo-nos também de programas como o Engenheiras por um dia, que inspiram raparigas com desafios, visitas de estudo, ações de mentoria e workshops, a seguirem uma carreira em tecnologia ou engenharia.
Estamos também a realizar, em parceria com a Deloitte, um inquérito mais abrangente a nível nacional sobre iniciativas de capacitação digital. Até ao final do ano, vamos acrescentar ainda mais informação útil à Plataforma Portuguesa de Competências e Emprego Digital para apoiar ainda mais uma verdadeira transição digital em todo o país.
“Conscientes do tremendo trabalho feito até agora, queremos mais. Reconhecemos que, ao prepararmos o país e a Europa para o futuro, temos de preparar os que lá vivem para se adaptarem e acompanharem este processo de digitalização.»
Neste segundo aniversário da Plataforma Digital de Competências e Emprego, convidamos todos os portugueses a visitar o portal digitalcoalition.pt e a descobrir as fantásticas oportunidades que este oferece, que queremos chegar a cada vez mais pessoas. Desde ofertas de emprego, diagnósticos de competências digitais a formação mais ou menos especializada e iniciativas em todo o país para lidar melhor com o digital – há oportunidades para todos.
Quanto mais as aproveitarmos, mais estaremos preparados para o presente e para o futuro.
Sobre a autora Luisa
Ribeiro Lopes é Presidente do Conselho de Administração .PT, entidade responsável pela gestão do domínio de topo nacional, .pt, e Coordenador Geral da Iniciativa Nacional de Competências Digitais e.2030, INCoDe.2030. Luisa é também membro do Conselho Nacional da DEC.
Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, doutoranda em Estudos de Género pela Universidade de Lisboa, Luísa integrou vários grupos nacionais e internacionais para o desenvolvimento da Sociedade da Informação, como o projeto Açores: Região Digital, Missão para a Sociedade da Informação e APDSI. É membro do Conselho Estratégico da ACEPI e membro da Comissão Executiva do MUDA – Movimento para o Uso Digital Ativo.